Caso de Roberto Jefferson foi “fato muito ruim” para a campanha de Bolsonaro, diz professor

Neste domingo (23), o ex-deputado federal Roberto Jefferson, do PTB, foi detido após disparar tiros de fuzil e lançar granadas contra agentes da Polícia Federal (PF). Para o cientista político e professor do Insper, Carlos Melo, desvincular a imagem de Jefferson da do presidente Jair Bolsonaro será uma tarefa árdua após esses incidentes.

A prisão ocorreu quando os agentes da PF foram à residência de Jefferson para executar uma ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), que reagiu às ofensas proferidas pelo ex-parlamentar contra a ministra Carmén Lúcia, atuante tanto no STF quanto no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Melo destaca os laços históricos entre Jefferson e Bolsonaro, ressaltando que Jefferson é presidente de honra de um partido da base, influenciou a candidatura do Padre Kelmon à presidência e serviu como apoio para o presidente no primeiro turno. Durante a operação, Padre Kelmon também esteve na residência de Jefferson.

O professor observa que Jefferson vocaliza diversas questões cruciais para Bolsonaro, como aspectos religiosos, a defesa do porte de armas e críticas ao STF, especialmente ao ministro Alexandre de Moraes. Essa proximidade, segundo Melo, torna o caso do ex-deputado um “fato muito ruim” para a campanha de Bolsonaro, com um “impacto inicial aparentemente significativo e um desgaste inevitável”.